A pandemia agravou transtornos mentais em 25%, e o mundo ainda luta para retornar aos índices pré-2019.
Depressão e ansiedade custam ao mundo mais de US$ 1 trilhão por ano e afetam gravemente a produtividade.
A perda de produtividade global devido à depressão e à ansiedade supera US$ 1 trilhão por ano, com impactos ainda mais graves no ambiente corporativo.
A saúde mental da população mundial atingiu proporções alarmantes, comparáveis a uma pandemia silenciosa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente em decorrência de transtornos como a depressão e a ansiedade. Esse impacto representa um prejuízo de mais de US$ 1 trilhão para a economia global a cada ano. O Financial Times escreve sobre isto aqui.
Estudos recentes mostram que os desafios são especialmente graves entre profissionais do setor corporativo. De acordo com a consultoria Deloitte, 17% dos trabalhadores do setor financeiro e de seguros no Reino Unido enfrentam sintomas de esgotamento – um índice significativamente superior à média geral de 12% em outros segmentos. Os custos são expressivos: £ 5.379 (US$ 6.800) por funcionário por ano devido à queda na produtividade e ao afastamento profissional.
Uma pesquisa global da MindForward Alliance, que ouviu mais de 12 mil trabalhadores, confirmou que os transtornos mentais são mais prevalentes entre funcionários de setores como finanças e advocacia. No entanto, há um ponto de esperança: em empresas que abordam o problema abertamente e oferecem suporte, os colaboradores demonstram maior resiliência e bem-estar.
Fatores Agravantes e o Papel da Pandemia
O aumento no custo de vida, a constante exposição às redes sociais e a pressão do ambiente de trabalho são alguns dos fatores que agravam a crise global de saúde mental. Contudo, a pandemia de Covid-19 foi um divisor de águas. Entre 2020 e 2021, o mundo registrou um aumento de 25% nos casos de depressão, de acordo com a OMS. Até hoje, não retornamos aos índices anteriores a 2019.
“Ainda não voltamos ao nível que existia antes da pandemia. Algumas pessoas ainda sofrem os efeitos prolongados da crise”, ressalta Dan Chisholm, especialista em saúde mental da OMS.
A situação preocupa especialmente quando se trata das gerações mais jovens. Para Kate Pickett, professora de epidemiologia da Universidade de York, os números não podem ser ignorados: “O aumento é tão expressivo que não pode ser justificado apenas pelo fato de as pessoas estarem mais dispostas a falar sobre o tema. As mudanças são reais”.
Um Novo Olhar para o Bem-Estar
Apesar dos desafios, há sinais positivos. Cada vez mais empregadores têm reconhecido a necessidade de investir no bem-estar mental de seus colaboradores. Ambientes de trabalho que acolhem e promovem uma cultura de apoio têm mostrado impactos significativos na qualidade de vida e na produtividade.
Com a escala do problema alcançando milhões de vidas, torna-se urgente encarar a saúde mental como prioridade – não apenas nas empresas, mas em todas as esferas sociais.
Leia Nosso Artigo : Como pequenas mudanças no ambiente corporativo podem transformar a saúde mental dos colaboradores.