Do Brasil para a Linha de Fogo: Quem São Esses Combatentes?

O perfil dos brasileiros que se alistaram para lutar na Ucrânia expõe dramas e motivações pouco conhecidos.

No início de maio de 2025, as Forças Armadas da Ucrânia divulgaram a existência de 81 cidadãos estrangeiros mantidos como prisioneiros de guerra em campos especiais. Todos são classificados como mercenários contratados para lutar ao lado do exército russo.

A maioria dos capturados é oriunda de:

• Tajiquistão e Uzbequistão – 12 cidadãos cada;

• Nepal – 9;

• Sri Lanka – 8;

• Bielorrússia – 7;

• Cazaquistão – 5;

• Outros países como Egito, China, Grécia, Gana, Itália, Marrocos, Brasil e Arábia Saudita também aparecem na lista com ao menos um cidadão.

Entre os nomes mencionados estão brasileiros que se alistaram para combater ao lado da Rússia, movidos principalmente por interesse financeiro ou convicções pessoais. No entanto, é fundamental ressaltar que tais cidadãos não representam, sob nenhuma hipótese, o posicionamento oficial do Brasil enquanto nação soberana.

Em setembro de 2023, o presidente russo Vladimir Putin alegou que “a Rússia não precisa de combatentes estrangeiros”. Porém, documentos oficiais desmentem a fala. Já em novembro de 2022, o Kremlin assinou um decreto que legaliza a presença de mercenários estrangeiros no exército russo.

Além disso, o serviço de inteligência da Ucrânia revelou que mais de 150 cidadãos chineses já foram identificados em território ucraniano lutando como contratados da Rússia. A captura de dois combatentes chineses, em abril de 2025, gerou uma onda de especulações geopolíticas.

Até o momento, representantes de 106 países diferentes foram identificados atuando ao lado da Rússia. Do outro lado, combatentes estrangeiros também se alistaram voluntariamente para ajudar a Ucrânia.

Este cenário escancara a internacionalização silenciosa da guerra, transformando um conflito inicialmente regional em uma disputa geopolítica global — com a participação de civis alistados, mercenários, idealistas e oportunistas, todos arrastados por um conflito que já custou milhares de vidas.

Leia na sequência:
“Quem são os brasileiros que foram para a guerra na Ucrânia?”
Um retrato inédito sobre motivações, histórias e dilemas de quem trocou o Brasil pelo front de batalha.